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Aniversário de Mercedes Sosa

“Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales, que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto” 
(Gracias a la vida, Violeta Parra)

O Fio Vermelho celebra hoje a vida e a obra de uma das maiores artistas do século XX: Mercedes Sosa. Nascida na Argentina, no ano de 1935, começou sua carreira ainda jovem, cantando na rádio de sua cidade. Conforme foi se profissionalizando, foi cada vez mais se engajando nos movimentos culturais e se tornou um dos expoentes do “Nuevo Cancionero”, movimento com o objetivo de retomar as raízes folclóricas da música argentina e latino-americana, contando a história pela visão da luta de sua gente. Interpretando canções de compositores como Violeta Parra, Atahualpa Yupanqui, Milton Nascimento, entre outros tantos, Mercedes cantou para o resto do mundo, emocionando multidões e, assim como muitos artistas que lutavam contra a opressão, foi censurada durante a ditadura militar argentina e, em 1979, durante um concerto, foi revistada e presa ainda no palco, assim como muitos de seu público. Após isso, precisou se refugiar, voltando para a Argentina apenas em 1982. E ainda assim nunca deixou de soltar sua voz, interpretando canções que abordavam as diversas facetas da América Latina e o combate à violência, à fome, à desigualdade social e aos processos ditatoriais. Por isso, muitas vezes, foi chamada de “A Voz dos sem Voz”. Colaborou com inúmeros artistas, nunca se limitando, experimentando além dos gêneros folclóricos, o tango, o rock e o pop. Mercedes Sosa faleceu em 04 de outubro de 2009 e sua voz até hoje ressoa por toda sua gente.